domingo, 6 de maio de 2012

Adeus.


Aquela meia taça que você deixou pra trás, secou.
Secou também o meu amor;
Descobri no centro do teto um honesto sentido para me ocupar das lembranças;
Vi-te passar como um filme antigo de aspecto mofado e cansado;
Teus cabelos estavam imaculados no tempo;
Havia brilho, neles e em mim.
Por um momento eu julguei que de tão visceral, teria pra todo sempre um jardim secreto, onde te pudesse re-visitar em meio um devaneio e outro.
Receio que entreguei as chaves do jardim. Elas estavam em um molho com muitas outras; Dei a um estranho e o segui.
Tal quando criança, eu fui seguindo suas pegadas fundas e seguras. Ele me lançou um olhar tímido por detrás dos ombros, em seguida estendeu uma das mãos e eu as segurei de pronto.
O filme ficou no jardim, junto contigo e o que restou. Foi tão secreto que não pude mais haver de volta, nem mediante as preces para São Longuinho.
Não, não.
Não ouso me despedir, mas de certo vislumbrastes o adeus escorrer no beijo protocolado de despedida.
Dói te olhar e não sentir;
Alvo de tanto querer, te deixei perder o sentido com o costume da ausência;
Do nosso mundo emerso, submergirmos e agora voltamos a ser apenas eu e tu;
Vou seguir viagem, aqueles olhos tímidos têm sede;
Bons votos e Boas festas desde já, que a vida seja suave com as tuas mazelas!

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