quinta-feira, 21 de junho de 2012

Intimidade.


Aquela beleza mortal batizada pelas lentes de imortalidade, me brinda.
Enchem os olhos de clamor, infestam-me e me convocam a ti.

Desafia-me a te oferecer os ombros e tudo mais que tenho;
Tua cor não me distrai, porque sei que teu chamado é de ausência;
É de preto no branco, é singelo, é honesto.

Receosa, te escondes atrás de um holofote que percebe a beleza;
Tuas entrelinhas foram cuidadosamente desenhadas;
Notei e não prossigo sem ti.

Tua morada é segura, tão segura que só meus olhos podem te alcançar;
A força do teu colo me convida a admirar tua solitária estadia,
Porém assusta-me a ponto de partir;

Chamar-te é esforço em vão, tua introspecção me remete a uma intimidade que desconheço;
E invejo, passo a crer que meu desejo de estar contigo se esvai no limite de tua própria companhia.
Te bastas.

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