segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

SEM o PÉ do velho e NEM a CABEÇA do novo.

O que apavora é o que impulsiona;
O reflexo que vejo sempre é mais distorcido do que o que o outro vê.
E sempre mais honesto.
Vem de dentro, vem de mim.

O novo assusta e o velho me faz sentar;
Naquela macia cadeira de balanço colorida;
Tão quente e amiga.
A cadeira parou de balançar aos poucos, a costa começou a doer.

Por mais novo que fosse o novo, me recebeu de braços abertos.
Com um chá e um sorriso largo, devagar me convenceu.
Já não parecia tão novo, o novo foi ficando familiar.
Não tão confortável, mas era um desconforto gostoso de estar.

Era como procurar coisas proibidas nas gavetas da infância.
Como burlar uma regra inocente;
Era como encontrar o que estava por detrás daquela porta.
Meu caro amigo, talvez minha distorção não faça sentido, confessei.

Para o seu velho amigo, sempre o fará;
Para o novo que tudo desconhece, te dou a possibilidade de me re-contar.
Falando tudo de novo, essa distorção pode mudar.
Torcer mais, distorcer menos.
Mas nunca, como antes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário