Eu era espectadora do meu próprio sofrimento.
Lágrimas secas de lembranças inexistentes.
A dor, não me era familiar.
Como gostaria que fosse.
Dizem que a dor é poética.
Eu a vi patética, pela pirraça de não comparecer;
Eu, que carrego em meu nome o amar das vísceras e a dor de Amélia.
Aquela que era mulher de verdade;
Como sofria Amélia.
Se não fosse esse amor que me sobra;
A dor certamente passaria; nem que fosse ao chá das seis.
Como dói não me doer.
Essa dor sentida se esconde nas entranhas do meu útero.
E lá, se torna muda.
Calando-se sabe até quando.
O amor é de fácil pertencer;
Sofrer cabe as Amélias.
Amar e pedir pra sofrer, só as Amálias o fazem.
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