Aquela beleza mortal batizada pelas lentes de imortalidade,
me brinda.
Enchem os olhos de clamor, infestam-me e me convocam a ti.
Desafia-me a te oferecer os ombros e tudo mais que tenho;
Tua cor não me distrai, porque sei que teu chamado é de
ausência;
É de preto no branco, é singelo, é honesto.
Receosa, te escondes atrás de um holofote que percebe a
beleza;
Tuas entrelinhas foram cuidadosamente desenhadas;
Notei e não prossigo sem ti.
Tua morada é segura, tão segura que só meus olhos podem te
alcançar;
A força do teu colo me convida a admirar tua solitária estadia,
Porém assusta-me a ponto de partir;
Chamar-te é esforço em vão, tua introspecção me remete a uma
intimidade que desconheço;
E invejo, passo a crer que meu desejo de estar contigo se
esvai no limite de tua própria companhia.
Te bastas.